(Microneedling with Radiofrequency for Enhanced Facial Rejuvenation)

Carmen Grandotto1, Cristiane Pereira Bispo2, Luísa Dunguel Pereira dos Santos3, Leonardo Tavares Domingos4, Camilla Cerezini5, Yasmim Caroline de Araújo Rolim6, Nathália Rebouças da Costa Araújo7, Ana Clara Silva Megale Bernardes8, Lígia Maizman de Vasconcelos9, Moisés Eduardo Sobral Pimentel10, Marcela Chaves Peres11, Ana Maria Rezende Machado Almeida12, Sarah Regina Alves de Alencar13, Letícia Andrioli da Cunha14, Geovana Figueiredo Oliveira15, Alexandre Ferreira Lamounier16, Guilherme Nascimento Bezerra17, Leyg Meire Barbosa Caixeta18, Amália de Campos Gonçalves19, Thiago Sabino Soares20

  1. Universidade de Rio Verde – Campus Goiânia, Goiás, Brazil
  2. Universidad Central Del Paraguay, Ciudad del Este, Paraguay
  3. Centro Universitário Euro Americano, Brasilia, Brazil, ORCID: 0009-0007-7702-400X
  4. Universidade Católica de Brasília, Brasilia, Brazil, ORCID: 0009-0000-6604-8945
  5. Universidade de Rio Verde – Campus Goiânia, Goiás, Brazil
  6. Universidade de Rio Verde – Campus Goiânia, Goiás, Brazil
  7. Universidade de Rio Verde – Campus Goiânia, Goiás, Brazil
  8. Universidade de Rio Verde – Campus Goiânia, Goiás, Brazil
  9. Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), Mato Grosso, Brazil
  10. Centro Universitário Euro Americano, Brasília, Brazil
  11. Centro Universitário Euro Americano, Brasília, Brazil
  12. Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), Mato Grosso, Brazil, ORCID: 0000-0003-1070-6325
  13. Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), Mato Grosso, Brazil, ORCID: 0009-0001-4664-8385
  14. Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), Mato Grosso, Brazil
  15. Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), Mato Grosso, Brazil
  16. Universidade de Itaúna, Minas Gerais, Brazil, ORCID: 0009-0004-7799-0193
  17. Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), Mato Grosso, Brazil
  18. Universidade de Rio Verde – Campus Formosa, Goiás, Brazil
  19. Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), Mato Grosso, Brazil, ORCID: 0009-0004-8560-9903
  20. Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), Mato Grosso, Brazil

Received: 28 August 2024

Revised: 31 August 2024

Accepted: 31 August 2024

Published: 31 August 2024

Keywords:

Microneedling, rejuvenation, radiofrequency.

Palavras-chave:

Microagulhamento, rejuvenation, radiofrequência.

Corresponding author:

Carmen Grandotto.

Universidade de Rio Verde – Campus Goiânia, Goiás, Brazil

araujooarthur01@gmail.com

doi: 10.5281/zenodo.13622482

ABSTRACT

Pacientes dermatológicos estão cada vez mais interessados em procedimentos minimamente invasivos para tratar diversas preocupações comuns, como flacidez da pele, acne e cicatrizes. O microagulhamento fracionado com radiofrequência (RF) apresenta uma abordagem eficaz para o tratamento de várias condições dermatológicas. A RF é uma tecnologia consolidada desde sua aprovação pelo FDA em 2002, sendo eficaz para todos os tipos de pele. O microagulhamento potencializa a indução de colágeno ao criar microlesões controladas na pele, enquanto dispositivos combinados de microagulhamento com radiofrequência (RFMN) oferecem benefícios significativos no tratamento de flacidez, rugas e textura da pele. Dessa forma realizou-se uma revisão sistemática de literatura por meio da plataforma pubmed, com seleção e análise criteriosa dos artigos, a fim de elucidar os aspectos do microagulhamento por radiofrequência no contexto do rejuvenescimento facial. Nesta revisão, foi identificado um avanço significativo na dermatologia, onde vê-se o princípio da universalidade da RF nos tipos de pele, viu-se também que o aumento significativo da deposição de colágeno e elastina. O microagulhamento facilita a penetração de medicamentos através da pele, assim proporcionando terapias combinadas. Com o advento da tecnologia, vê-se que tecnologias como Morpheus8 e INFINI oferecem diferentes profundidades e modos de aplicação, permitindo tratamentos personalizados e individualizados, com segurança, controle preciso sobre a entrega de energia e assim minimizando danos térmicos. Pesquisas contínuas e desenvolvimento tecnológico são essenciais para otimizar a segurança e eficácia dessa promissora modalidade terapêutica.
ABSTRACT
Dermatology patients are increasingly interested in minimally invasive procedures to address common concerns such as skin laxity, acne, and scarring. Fractional microneedling with radiofrequency (RF) presents an effective approach for treating various dermatological conditions. RF is a well-established technology since its FDA approval in 2002, proving effective for all skin types. Microneedling enhances collagen induction by creating controlled micro-injuries in the skin, while combined microneedling and radiofrequency devices (RFMN) offer significant benefits in treating skin laxity, wrinkles, and texture. A systematic literature review was conducted using the PubMed platform, with careful selection and analysis of articles to elucidate the aspects of radiofrequency microneedling in the context of facial rejuvenation. This review identified a significant advancement in dermatology, highlighting the principle of RF universality across skin types, as well as a marked increase in collagen and elastin deposition. Microneedling facilitates the penetration of medications through the skin, enabling combined therapies. With technological advancements, devices such as Morpheus8 and INFINI offer different depths and modes of application, allowing for personalized and individualized treatments with safety, precise control over energy delivery, and minimized thermal damage. Ongoing research and technological development are essential to optimize the safety and efficacy of this promising therapeutic modality.

INTRODUÇÃO / INTRODUCTION

Aspectos gerais do microagulhamento

O microagulhamento estético, amplamente estudado ao longo dos anos, tem sido eficaz principalmente no tratamento de cicatrizes de acne. No entanto, sua utilidade também foi explorada em outras condições, como cicatrizes cirúrgicas e traumáticas, melasma, estrias, alopecia androgenética e rejuvenescimento da pele (1). É uma forma de terapia que utiliza instrumentos contendo fileiras de agulhas finas que penetram na derme até uma profundidade uniforme, criando uma lesão cutânea controlada. Essa lesão cutânea controlada induz micropunções de cura rápida com subsequente estimulação da produção de fibras de colágeno e elastina, resultando na remodelação da pele (2).

Mecanismo de ação

O princípio fundamental do microagulhamento é a indução de colágeno percutânea. Estudos histológicos demonstraram aumento na produção de colágeno e elastina após o uso de dispositivos de microagulhamento, como o Dermaroller (1). Esses dispositivos criam pequenas lesões na derme papilar, que desencadeiam um processo de cicatrização que melhora cicatrizes e rugas. O microagulhamento é uma técnica não ablativa, o que significa que preserva a epiderme e é adequado para todos os tipos de pele, com risco mínimo de hiperpigmentação (1).

O microagulhamento com radiofrequência (RFMN) utiliza uma matriz de múltiplas agulhas para entregar energia de radiofrequência (RF) a uma profundidade específica nos tecidos. Dispositivos de RF aplicam energia eletromagnética para gerar calor através do movimento rápido de partículas carregadas, causando a desnaturação do colágeno e a contração do tecido quando a temperatura atinge entre 65°C e 75°C (1). A eficácia da RF transepidérmica não ablativa na remodelação dos tecidos é comprovada por estudos clínicos e histológicos, que mostram a formação de novo colágeno e melhorias em áreas como a região periorbital (redução das rugas, elevação das sobrancelhas), terço médio e inferior do rosto (redução de dobras nasolabiais, linhas de marionete, papadas e flacidez sob o queixo) e flacidez do pescoço. A análise histológica de tecidos tratados com RFMN para acne e cicatrizes de acne também revelou aumento na deposição de colágeno, regulado positivamente pelo fator de crescimento transformador beta, e diminuição de marcadores inflamatórios como o fator nuclear kB e interleucina-8. Diferente dos lasers, que atuam em cromóforos específicos dos tecidos, a RF aquece os tecidos de maneira não seletiva, tornando-a mais segura para peles mais escuras (1).

Objetivos

Geral

Analisar o microagulhamento por radiofrequência para rejuvenescimento facial.

Específicos

●                             Identificar as indicações para o microagulhamento.

●                             Avaliar a fisiologia da estimulação e reorganização do colágeno.

●                             Comparar diferenças técnicas do microagulhamento.

●                             Comunicar os riscos e os benefícios.

METHODS

Para concretizar os objetivos traçados sobre microagulhamento por radiofrequência para potencialização do rejuvenescimento facial, essa investigação empregou uma abordagem de revisão sistemática da literatura médica. O corpus documental foi composto por uma seleção criteriosa de artigos na base de dados PubMed, além de consultas a periódicos científicos especializados.

A estratégia de busca contou com a utilização dos descritores: (Robotic Microneedling OR Microneedling Radiofrequency OR microneedling ) AND Rejuvenation. Desta busca, totalizaram 120 artigos, que posteriormente foram submetidos aos critérios de seleção.

Os critérios para inclusão utilizados foram os estudos dos últimos 5 anos. A  seleção foi realizada de forma independente por dois revisores, e qualquer discordância foi resolvida  por  consenso. A partir dos 70 artigos selecionados foram utilizados os seguintes critérios de exclusão: artigos sem aprofundamento científico. Em seguida, após a aplicação dos critérios de seleção, com base na leitura dos títulos e objetivos dos artigos, foram selecionados 19 artigos em que os objetivos respondiam à pergunta norteadora deste trabalho, e submetidos à leitura minuciosa para coleta de dados.

De acordo com o comitê de ética 466/2012 o seguinte trabalho não apresenta o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) e não precisou de aprovação de um comitê de ética e pesquisa (CEP) para prosseguimento. Assim, os dados mencionados foram coletados dos artigos selecionados e com armazenamento correto, seguindo os requisitos éticos necessários de acordo com a lei.

RESULTS AND DISCUSSIONS

Contexto histórico da radiofrequência

A radiofrequência (RF) monopolar foi o primeiro sistema de RF introduzido para fins estéticos, aprovado pela Food and Drug Administration (FDA) dos EUA em 2002 para o tratamento de rugas faciais (3). Desde então, diversos dispositivos de RF foram amplamente utilizados na dermatologia cosmética, consolidando-se como uma opção viável para regeneração e firmeza da pele. Diferente da energia fototérmica a laser, a RF não depende de cromóforos, o que a torna adequada para todos os tipos de pele (4). Manter a temperatura da superfície da pele entre 42–45 °C é fundamental para a segurança no tratamento de RF, pois o limite para queimaduras epidérmicas é de 44 °C (5). A RF supera limitações comuns na remoção de rugas com laser ou luz pulsada intensa, como a penetração superficial insuficiente e a pigmentação pós-tratamento causada pela irritação dos melanócitos na camada basal da epiderme. Além disso, garante um aquecimento seguro da pele ao atingir o colágeno dérmico (6).

Fisiologia da terapia com indução dos colágenos

De acordo com o Litchman et al., (2) microagulhamento cria micropunção na pele, causando lesões controladas que evitam danos significativos à epiderme. Essas microlesões resultam em um sangramento superficial mínimo e desencadeiam uma resposta de cicatrização com a liberação de diversos fatores de crescimento, incluindo o fator de crescimento derivado de plaquetas, fatores de crescimento transformador alfa e beta, proteína ativadora do tecido conjuntivo, fator de crescimento do tecido conjuntivo e fator de crescimento de fibroblastos,abordado por Luther Kloth, (7) apud Litchman et al. (2).

No tratamento de cicatrizes, as agulhas rompem as fibras da cicatriz, permitindo sua revascularização, Fabbrocini et al., (8) apud Litchman et al., (2) aborda que nesse processo promove neovascularização e neocolagênese, iniciados pela migração e proliferação de fibroblastos e pela deposição da matriz extracelular. Então, Aust et al., (9) apud Litchman et al., (2) fala que após 5 dias da lesão, forma-se uma matriz de fibronectina que orienta a deposição de colágeno, resultando em endurecimento da pele, e essa matriz persiste por 5 a 7 anos na forma de colágeno tipo III. Utilizando agulhas de 1,5 mm de comprimento, a neocolagênese atinge profundidades de 5 a 600 µm. Histologicamente, após 4 sessões de microagulhamento com intervalos de 1 mês, observa-se um aumento de 400% na deposição de colágeno e elastina após 6 meses, além do espessamento do estrato espinhoso e cristas rete normais após 1 ano.

Quanto a sua administração

O microagulhamento aprimora a entrega de medicamentos ao atravessar a barreira da pele, superando o estrato córneo e permitindo que os medicamentos sejam depositados diretamente na derme vascularizada. Além disso, a técnica promove um aumento significativo de 47% no diâmetro do infundíbulo folicular, o que pode facilitar uma maior penetração dos medicamentos através da pele (2).

Microagulhamento por radiofrequência

Tecnologia

De acordo com Glynis Ablon (10), os dispositivos de microagulhamento com radiofrequência (RFMN) variam em seus tipos de agulhas e métodos de entrega de energia. Existem dois tipos principais de agulhas:

●             Microagulhas não isoladas: Entregam energia ao longo de todo o comprimento da agulha.

●             Microagulhas isoladas: Fornecem energia apenas na ponta da agulha, protegendo a epiderme de danos térmicos.

Além disso, a energia de radiofrequência pode ser entregue de duas formas:

●             RF Bipolar: A corrente flui entre eletrodos positivo e negativo na ponta da agulha, limitando a corrente à área tratada e proporcionando uma distribuição controlada da energia.

●             RF Monopolar: A corrente passa entre a ponta do eletrodo ativo na área tratada e um eletrodo de aterramento localizado em uma parte distante do corpo, permitindo uma penetração de energia mais profunda.

Comparado à RF monopolar, a RF bipolar utiliza menos energia e proporciona uma penetração menor devido à área mais restrita da corrente.

Diferenças entre os dispositivos

De acordo com Alessa e Bloom, (1) os dispositivos mais referenciados no momento são:

O INTRAcel (Jeisys, Coreia do Sul) oferece tanto opções monopolares quanto bipolares. Este dispositivo possui uma ponta equipada com 49 microagulhas isoladas, com profundidades de agulha ajustáveis em 0,5 mm, 0,8 mm, 1,5 mm e 2,0 mm.

O Fractora (InMode, Israel) disponibiliza várias pontas com diferentes características, incluindo densidades e comprimentos variados, utilizando tecnologia bipolar. As opções incluem: ponta de 24 pinos, baixa densidade, 3000 µm; ponta de 24 pinos, baixa densidade, revestida em silicone, ideal para derme profunda e subdérmica; e ponta de 60 pinos, alta densidade, 600 µm, para derme média.

O Morpheus8 é o modelo mais recente de RFMN, com agulhas que alcançam profundidades maiores para atingir o tecido adiposo subcutâneo, mantendo a integridade da derme. Possui 24 pinos isolados que alcançam profundidades superiores a 4000 µm.

O Intensif (Endymed, Caesarea, Israel) foi o primeiro dispositivo de RFMN aprovado pelo FDA. Sua ponta conta com 25 microagulhas de ouro não isoladas, com profundidades variando entre 0,5 mm e 5,0 mm, potência ajustável de 0 W a 25 W e duração do pulso de 50 a 200 milissegundos.

O INFINI (Lutronic) utiliza energia de RF bipolar com 49 microagulhas isoladas. Oferece profundidades de 0,5 mm a 3,5 mm, potência de 2,5 W a 50 W e duração do pulso de 10 a 1000 milissegundos. O Genius é a segunda geração do dispositivo INFINI, apresentando tecnologia avançada para uma aplicação mais precisa de agulhas e energia, com monitoramento contínuo da impedância para um tratamento otimizado.

O Vivace (Cartessa) dispõe de pontas de microagulhas isoladas e não isoladas, com 36 agulhas. As profundidades variam de 0,5 mm a 3,5 mm, potência de 30 W a 70 W e duração do pulso de 100 a 800 milissegundos. Além disso, o sistema incorpora luz LED, oferecendo duas opções: luz azul para efeitos antibacterianos e luz vermelha para estimulação do colágeno.

Rejuvenescimento facial

O microagulhamento com radiofrequência (RFMN) está começando a ser reconhecido por seu impacto na melhoria da flacidez e da textura da pele através da remodelação dérmica e estimulação do colágeno.

Em um estudo multicêntrico, feito por Gold et al., (11) o dispositivo Intensif foi utilizado para tratar a parte média e inferior do rosto, com o objetivo de avaliar o levantamento, o aperto e a redução de rugas. Quarenta e nove participantes (tipos de pele II–IV) receberam três sessões mensais de RFMN nas bochechas, área submandibular e pescoço. A avaliação foi feita três meses após o último tratamento, e a Global Aesthetic Improvement Scale (GAIS) revelou que 100% dos participantes apresentaram alguma melhoria, com 65% experimentando uma melhora significativa. Para rugas e textura da pele, a Fitzpatrick Wrinkle and Elastosis Scale mostrou uma redução significativa em relação ao baseline, com escores médios caindo de 5,04 ± 1,22 no início para 3,5 ± 1,66 aos três meses.

Outro estudo conduzido por Lyons et al., (12) focou na eficácia do RFMN para rugas e flacidez no decote. Doze participantes receberam três tratamentos a cada três semanas com o dispositivo Intensif. Um mês após o último tratamento, as avaliações utilizando o GAIS e a satisfação dos pacientes mostraram que 67% tiveram pelo menos uma melhora de um ponto no GAIS, e 80% estavam pelo menos ligeiramente satisfeitos.

Um estudo japonês feito por Tanaka et al., (13) envolvendo 20 pacientes que receberam um tratamento de RFMN no rosto revelou uma redução volumétrica significativa e aperto da pele nos dois terços inferiores do rosto, seis meses após o tratamento. Noventa por cento dos pacientes estavam satisfeitos ou muito satisfeitos com os resultados. Após 12 meses, 15 dos participantes foram reavaliados, mostrando uma redução significativa de volume na área nasal e perioral, evidenciando a durabilidade do efeito do RFMN.

Concordando com os demais autores supracitados, Gawdat et al., (14), relatam gradiente positivo para o desfecho rejuvenescimento facial, o que corrobora para o objetivo traçado do microagulhamento.

Os efeitos colaterais reportados durante o uso de RFMN para rejuvenescimento da pele são semelhantes aos observados no tratamento de cicatrizes de acne, incluindo eritema transitório, edema e dor. A anestesia tópica geralmente é eficaz para minimizar a dor associada ao procedimento, com a maioria dos estudos utilizando creme anestésico por 30 a 60 minutos antes do tratamento, e alguns combinando com bloqueios nervosos.

De acordo com Singh e Yadav (15) apud Litchman et al., (2) as complicações geralmente são leves. As complicações mais comuns e esperadas incluem:

●             Dor durante o procedimento (mínima quando anestésicos tópicos são utilizados de forma adequada).

●             Eritema, irritação e leve edema (que normalmente desaparecem em poucas horas ou dias).

Outros efeitos adversos, menos frequentes, podem incluir:

●             Hiperpigmentação, embora o risco seja consideravelmente menor do que o associado a dispositivos de energia, como lasers.

●             Reativação de herpes simplex.

●             Infecções superficiais localizadas, como impetigo.

●             Reações granulomatosas alérgicas observadas após a aplicação de soros em pacientes com hipersensibilidade aos seus componentes.

●             Dermatite de contato alérgica relacionada a materiais das agulhas.

●             Exposição ao sangue.

E assim, as principais vantagens e desvantagens vistas, foram:

Vantagem:

●             Tempo de cicatrização relativamente curto em comparação com outras modalidades de rejuvenescimento.

●             Procedimento de custo relativamente baixo.

●             Técnica simples e fácil de aprender.

●             Bem tolerado pelos pacientes.

●             Risco mínimo de hiperpigmentação pós-inflamatória (diferente de muitas terapias alternativas, como resurfacing com laser de CO2 e peelings químicos profundos, que removem a epiderme e necessitam de reepitelização, aumentando a sensibilidade a danos solares e discromias).

●             Pode ser combinado com outros tratamentos para cicatrizes de acne, como subcisão, peeling químico, microdermoabrasão e resurfacing fracionado, proporcionando resultados mais eficazes.

Desvantagens:

●             Falta de recomendações baseadas em evidências robustas; a maioria das orientações é baseada em relatos de casos e estudos de pequeno porte.

●             Existem poucos ensaios comparativos entre as diversas opções de tratamento.

Terapia combinada

No estudo de Cheng, Zhang e Zhuo, (4), as aplicações de radiofrequência (RF) e microagulhamento (MN) foram combinadas, juntamente com a introdução de ECM-C (complexo extracelular de matriz) após o tratamento com RF. Os resultados mostraram que o grupo que recebeu o tratamento combinado apresentou melhores resultados na redução de rugas, melhora da elasticidade e aumento da espessura da pele em comparação ao grupo que utilizou apenas ECM-C com MN. Isso pode ser explicado pela potencialização da proliferação de fibras de colágeno devido à combinação de estímulos mecânicos (MN) e térmicos (RF), ativando mais fibroblastos para a regeneração do colágeno. Além disso, as micropunções do MN e do ECM-C criaram canais mínimos que permitiram a penetração de substâncias de suporte e retenção de água até a camada dérmica.

De acordo com Han et al., (16) no tratamento com RF, uma temperatura crítica de 65–75 °C foi alcançada nas camadas mais profundas da derme, enquanto a epiderme manteve temperaturas entre 35–45 °C. Estudos indicam que a combinação de RF com preenchimentos no mesmo dia não degrada os preenchimentos, não afeta sua durabilidade, nem aumenta o risco de reações adversas, Cuerda et al., (17) apud Cheng, Zhang e Zhuo, (4). Kim et al., (18) apud Cheng, Zhang e Zhuo, (4) fala que a RF também facilita a penetração de substâncias macromoleculares através da pele, ao modificar a função de barreira do estrato córneo da epiderme, permitindo que substâncias como proteínas e peptídeos penetrem mais facilmente. Portanto, a aplicação de ECM-C após RF não prejudicou a eficácia de seus ingredientes ativos, mas, ao contrário, promoveu a absorção transepidérmica, o que explica a rápida melhora observada nas rugas em um curto período de 10 semanas (da linha de base até duas semanas após o último tratamento).  

CONCLUSION / CONCLUSÃO

A integração da radiofrequência (RF) e do microagulhamento (MN) simboliza um avanço inovador na dermatologia estética, combinando precisão tecnológica com um profundo entendimento da fisiologia da pele. Desde a sua aprovação inicial para o tratamento de rugas, a RF tem se transformado em uma ferramenta adaptável e eficaz, adequada para todos os tipos de pele e capaz de superar limitações das tecnologias tradicionais de rejuvenescimento.

O microagulhamento adiciona um elemento dinâmico a esse processo, gerando uma resposta de cura controlada que estimula a produção de colágeno e elastina, essenciais para a firmeza e a regeneração da pele. A sinergia entre essas duas técnicas tem demonstrado um impacto positivo significativo em termos de lifting facial, redução de rugas e melhora da textura da pele, oferecendo resultados duradouros e satisfatórios para os pacientes.

As inovações tecnológicas e a personalização dos tratamentos, possibilitadas por dispositivos modernos como Morpheus8 e INFINI, indicam que o futuro do rejuvenescimento facial será cada vez mais direcionado e seguro. Além disso, as descobertas sobre terapias combinadas, como o uso de complexos extracelulares de matriz (ECM-C), abrem novas possibilidades para otimizar os resultados de maneira não invasiva e com efeitos colaterais mínimos.

Apesar dos resultados impressionantes, é importante reconhecer a necessidade de continuar investigando e otimizando essas tecnologias, especialmente em relação ao manejo dos efeitos colaterais, como eritema e edema transitório, e ao uso de técnicas combinadas para maximizar os benefícios sem comprometer a segurança do paciente.

A RF combinada com microagulhamento se destaca como uma abordagem revolucionária e promissora para o rejuvenescimento facial, oferecendo uma solução inovadora e acessível para aqueles que buscam melhorar a aparência e a saúde da pele. O futuro dessa tecnologia aponta para tratamentos ainda mais eficazes, com menor tempo de recuperação e resultados duradouros, redefinindo o padrão de cuidado estético e dermatológico.

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